segunda-feira, 22 de junho de 2015

A nossa primeira prosa, "De Paysano, Para Paysano, tem o grande prazer e honra de anúnciar, um dos maiores poetas desse Rio Grande: Carlos Omar Villela Gomes!

Nossa prosa será publicada no domingo!

Pala da Noite
(Carlos Omar Villela Gomes)

A lua é um buraco de bala no pala da noite
Oigalête, mas que mira do atirador,
Ou tava atirando pra cima por rabo de saia,
Ou tava fazendo tocaia pra Nosso Senhor.

A bala furou este pala, presente do dia,
Um pala de seda e poesia que a noite vestiu
E a noite acoçada de bala ergueu "três marias"
Tentando bolear devereda a quem lhe agrediu.

Já tava armada a peleia bem lá nas alturas
A noite de pala furado de raiva tremia,
Quem foi o bandido sem alma que só por maldade,
Fez mira no pala da noite regalo do dia?

Mas Deus, já cansado de guerra pediu uma trégua
Pra noite que tava tão cega de raiva e de frio
A noite largou "três marias" erguendo cruzeiro
E o céu se amansou novamente no sul do Brasil.

Num fundo de campo tranquilo, Blau Nunes pitava,
Foi só um balaço por farra ninguém se pisou
E a noite ainda hoje chuleia querendo vingança,
Blau Nunes é lenda e a história Simões não contou!

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